Assim, fomos diretamente a Mendoza. Este foi um longo dia. Foram 620Km. No início, a estrada ainda passa pela Província de Córdoba, mas a gente já vê que se trata de uma região mais pobre, com solo bem mais árido.
Depois de entrar em La Rioja, a paisagem vira quase um deserto. A estrada é uma reta sem fim, quase sem movimento. Na entrada da Província de La Rioja, o guarda que estava controlando a estrada nos informou que "no hay limites de velocidad". Ou seja, não tem nada na estrada, muito menos, policiamento
Mesmo assim, tem muito para ver. Mais ou menos na fronteira entre Cordoba e La Rioja há um grande salar (Salinas Grandes) e, depois, já em San Juan, há o Salar de Macasin.
Nesta região, a paisagem fica bem com cara de deserto. Como havia várias tempestades ao longe, várias vezes vimos redemoinhos de vento.
Em San Juan, tem uma região montanhosa bonita, que lembra um pouco a região entre Salta e Cafayate, que visitamos na nossa viagem ao Atacama em 2008.
Outra característica destas estradas de regiões mais desérticas é o que os argentinos chamam de "badenes". Nesta regiões, há muitos rios que estão normalmente secos, mas que, em caso de chuvas fortes, enchem. Como é caro demais construir uma ponte para cada arroiozinho seco, a solução é rebaixar a estrada por alguns metros (a largura do rio) para permitir que a água passe sobre o o leito da estrada. Ou seja, quando há chuva, a gente tem que tomar cuidado.
Neste dia, passamos por vários "badenes" com água. A maioria tinha uma lâmina fina de água, mas um deles, em San Juan, tinha uma camada de uns 30cm de água sobre a estrada. Havia vários veículos parados, um deles aparentemente em pane. Passamos sem maiores problemas.
Ao invés de ficar no centro de Mendoza, optamos por ficar em um subúrbio, chamado Chacras de Coria. Esta região foi primeiramente usada pelos mais abonados de Mendoza para construir casas de veraneio. Com o tempo, estas casas foram se transformando em residências permanentes. O lugar tem um astral muito bom com muitos restaurantes, hotéis e algumas bodegas. Fica há uns 30 minutos do centro. Pelo nosso estilo de turismo, quando podemos, preferimos ficar em hotéis menores, mais para fora dos grandes centros.
Como hospedagem, escolhemos o Parador del Angel. Trata-se de um bed&breakfast de 6 quartos, construído em uma casa de 1907. Os donos, Daniel e Marta moram com os filhos em uma casa nos fundos e estão sempre aí para auxiliar. Marta é artesã e tem seu ateliê dentro da própria pousada.